Fique a conhecer o Dr. Pedro Beja da Costa, especialista em Ortopedia e Traumatologia, e Director Clínico do GIGA. Nesta pequena entrevista, partilha onde partilha a sua visão da medicina e sobre seu percurso profissional, assim como o seu dia-a-dia e os seus hobbies.
Conte-nos um pouco do seu percurso profissional.
Terminei a minha licenciatura em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa em 1989.
Após dois anos de Internato Geral tinha claro, como minha opção de especialização, as áreas de Ortopedia e Traumatologia.
Após o respectivo exame, candidatei-me ao Serviço de Ortopedia do Hospital de Curry Cabral onde fiz o meu Internato de Especialidade que terminou em 1998.
A formação como especialista ter decorrido naquele Serviço, e, naquele Hospital, foi capital na minha vida profissional; de facto, as condições formativas e a geração a que pertenço, tinham condições excepcionais de aprendizagem e exigência, grandes mestres que nos davam magníficos exemplos e que foram preponderantes na nossa formação.
A uma árdua aprendizagem prática, aliava-se uma formação teórica sólida, regularmente aferida e uma inquietação permanente em relação à pesquisa e produção de material científico. Os estágios e estadias em serviços de referência no estrangeiro eram incentivados e foram por todos nós largamente aproveitados.
No final de 1998 integrei o quadro do Serviço como Assistente Hospitalar, após concurso de provimento respectivo.
Depois de um longo período de congelamento das carreiras hospitalares, efectuei o concurso de provimento para Assistente Graduado em 2013.
Com o início do século, o SNS começa a sua lenta queda, comprometido já então por orçamentos e condicionamentos de ordem financeira que me levaram a sair em 2004, respondendo a desafios na área da Medicina privada, dando início à carreira profissional liberal que levo até hoje.
Dado que a equipa a que pertencia no H. Curry Cabral, chefiada pelo Dr. António Nascimento Baptista, tinha um forte perfil de tratamento das patologias do Joelho, foi de forma natural que me fui dedicando de forma especial a esta articulação.
A cirurgia artroscópica tinha, à pouco tempo, dado os seus primeiros passos em Portugal e o Joelho foi a primeira articulação a beneficiar desta técnica, o que constituiu mais um aliciante.
Com o avanço da Medicina, e, da Cirurgia, tornou-se praticamente impossível o conhecimento profundo de todas as áreas da patologia e da traumatologia do foro da Ortopedia; assim houve a necessidade de nos subespecializarmos, ou seja, de nos dedicarmos de forma mais específica a uma área.
A outra face desta evolução foi a necessidade de completarmos o nosso trabalho com o de outros colegas de outras áreas, numa complementaridade multidisciplinar, quase obrigatória, a quem queira prestar serviços de real qualidade.
Foi assim que ao decorrer dos anos se foi criando e desenvolvendo a Equipa que hoje encontramos no GIGA, constituída por alguns dos melhores Especialistas das diversas áreas da patologia.
Em 2011, resolvemos tornar-nos independentes e trabalharmos em conjunto numa instituição própria, onde pudéssemos praticar a Medicina de qualidade e nas condições que ambicionávamos, e, foi então que nasceu o GIGA.
Qual a sua maior preocupação quando um doente o procura?
Não conseguir resolver o problema que o trás a nós.
A Medicina, e, o meu conhecimento, são limitados, ainda existem sempre casos perante os quais nos sentimos impotentes. Os Médicos, julgo que de uma forma geral, lidam mal com este facto, ou seja, com o insucesso terapêutico, e, no fim do dia, são os insucessos que pesam e contam, não os sucessos.
Como é normalmente realizado o diagnóstico de patologias no joelho?
Para o diagnóstico contam, no Joelho como em qualquer área da patologia, sobretudo a História Clínica e a observação do Doente. Os exames complementares de diagnóstico, nomeadamente os imagiológicos, o RX simples, a RM, etc, devem permanecer sempre, como o nome indica, complementares.
Enquanto Diretor Clínico, qual a sua visão para a clínica?
A Clínica do GIGA deve manter-se a afirmar-se como referência na prestação de cuidados de saúde.
A qualidade e segurança dos cuidados que prestamos constituem um compromisso permanente com nós mesmos e com aqueles a quem tratamos.
A inovação e o controle da qualidade são duas preocupações permanentes. A inovação através do estudo e aperfeiçoamento das técnicas e formas de tratamento; o controle, através da publicação dos resultados e pela avaliação e submissão à opinião dos Utentes.
A Clínica deve manter-se como um espaço de bem-estar, com uma cultura de relações permanentes, individuais e personalizadas, distanciar-se da forma de tratamento de massas que vemos noutros locais.
Como é o seu dia-a-dia?
Começa muito cedo e nunca se sabe quando acaba.
Divido os meus dias entre a actividade ambulatória, de consultas e seguimento dos Doentes, observação dos Doentes internados e o Bloco Operatório que acontece, pelo menos, duas vezes por semana.
Quando consigo, menos vezes do que gostava, acabo o meu dia a montar a cavalo.
O que o mantém ocupado fora da clínica? Quais são os seus hobbies?
A Equitação.
Tem alguma citação/life motto de referência que gostaria de partilhar?
“Um Médico que só sabe de Medicina, nem de Medicina sabe”, Prof. Abel Salazar.
Photo by Nuno Guerreiro de Sousa