O tendão de Aquiles é o tendão mais potente do corpo humano, unindo os músculos da barriga da perna (gémeos e gastrocnémio) ao calcâneo (o osso do calcanhar). Este tendão é fundamental para a marcha, para a corrida e todas as atividades que impliquem a utilização dos membros inferiores.

Um tendão de Aquiles saudável não rompe, ocorrendo esta rotura num contexto em que já existia alguma patologia no tendão ou num tendão que já sofreu muita sobrecarga. Por isso é mais frequente em desportista de meia idade ou em final de carreira. É muitas vezes o evento que despoleta a abandono da atividade desportiva competitiva em atletas de alta performance mas já no limite da idade.

Esta rotura ocorre habitualmente quando há um movimento forçado para esticar o tendão contrariado pela contração dos músculos. Muitas vezes o atleta até se magoa sozinho, no movimento de dar um passo atrás e arrancar. Típica é a descrição da dor, o doente sente um “pop” no tendão e uma dor com se levasse uma pedrada.

A rotura é quase invariavelmente completa (nos poucos casos em que é parcial, as fibras restantes são incapazes de desempenhar uma função aceitável) portanto todas as roturas do tendão de Aquiles devem ser tratadas como totais.

Embora algumas escolas defendam o tratamento sem operação (o que implica uma vigilância muito apertada por uma equipa altamente especializada), o que é mais comummente utilizado é a correção cirúrgica. A operação pode ser feita duma forma minimamente invasiva, com uma incisão de cerca de 2 cm. Implica a imobilização com um gesso durante cerca de três semanas e fisioterapia por um período que pode chegar aos 6 meses.

É esperada uma recuperação quase total, embora muitas vezes o retorno a atividade desportiva ao mais alto nível não seja duradoura.